A maioria das razões pelas quais reciclamos é ambiental, ainda que algumas sejam econômicas.
Lixo em excesso
Uma das principais razões para a reciclagem é reduzir a quantidade de lixo enviada para os aterros. O uso de aterros atingiu seu ápice na década de 80, quando os americanos mandaram quase 150 milhões de toneladas de lixo para aterros por ano. Atualmente, ainda são lançados mais de 100 milhões de toneladas de lixo em aterros anualmente [fonte: Hall]. Apesar de os aterros sanitários modernos serem mais seguros e menos incômodos do que os depósitos abertos do passado, ninguém gosta de ter um deles por perto. Nas áreas densamente povoadas, o espaço para aterros é escasso. Onde há muito espaço, enchê-lo com lixo não é uma solução muito boa para o problema.
Em 2006, os esforços de reciclagem nos Estados Unidos desviavam 32% do lixo dos aterros. Isso evita que mais de 60 milhões de toneladas de lixo acabem em aterros anualmente [fonte: EPA - em inglês].
Poluição do chorume do aterro
Os aterros causam um outro problema, além de ocupar muito espaço. A diversidade das químicas lançadas nos aterros e as químicas resultantes da decomposição do lixo se misturam em um caldo tóxico conhecido como chorume, que cria enormes quantidades de poluição. O chorume pode vazar do aterro e contaminar lençóis freáticos. Atualmente, tampas de argila impermeáveis e coberturas plásticas evitam que grande parte do chorume vaze, tornando os aterros muito mais seguros do que eram algumas décadas atrás. Qualquer chorume, porém, é muito se ele estiver penetrando em sua vizinhança.
Bens novos consomem recursos
Fabricar um produto novinho em folha sem qualquer material reciclado causa o esgotamento de recursos naturais no processo de manufatura. O papel usa a polpa de madeira das árvores, ao passo que a fabricação de plástico requer o uso de combustíveis fósseis, como petróleo e gás natural. Fazer alguma coisa com materiais reciclados significa usar menos recursos naturais.
A reciclagem (às vezes) usa menos energia
Há muito espaço para debate sobre esse aspecto da reciclagem, mas muitos processos de reciclagem requerem menos energia do que os fabricantes precisariam para fazer o mesmo item novinho em folha. A fabricação de plástico é muito barata, e alguns bens de plástico podem ser difíceis de reciclar eficientemente. Nesses casos, o processo de reciclagem provavelmente consome mais energia. Também pode ser difícil calcular todos os custos de energia ao longo da cadeia de produção inteira. A reciclagem de aço certamente usa menos energia que o processo inteiro de mineração do minério de ferro, refinamento e forja de aço novo. Alguns alegam que a frota de caminhões de reciclagem que coleta plástico e papel de porta em porta semanalmente nas cidades abala o equilíbrio da energia contra a reciclagem. O uso da energia é um fator que deve ser considerado caso a caso.
Dinheiro
A reciclagem tem uma série de impactos econômicos. Para as empresas que compram bens usados, os reciclam e revendem como produtos novos, a reciclagem é a fonte de toda sua receita. Para cidades em áreas densamente povoadas que devem pagar por tonelagem para usar seus aterros, a reciclagem pode cortar milhões de dólares dos orçamentos municipais. A indústria da reciclagem pode ter um impacto ainda mais amplo. Análises econômicas mostram que a reciclagem pode ser três vezes rentável por tonelada do que aterros, bem como gerar quase seis vezes o número de empregos.
No Brasil, um dos protagonistas da cadeia de reciclagem são as cooperativas de catadores. Elas tem sido responsáveis pela melhoria das estatísticas de reciclagem, além de serem verdadeiros mecanismos de inclusão social (são uma alternativa efetiva de trabalho para boa parte da população carente do País).
No Brasil, é impensável falar em reciclagem sem citar os catadores de materiais e suas cooperativas. Não existem números fechados, mas calcula-se que existam de 300 mil a 1 milhão de catadores em atividade no país.
Não é para menos, a população brasileira gera diariamente cerca de 126 mil toneladas de lixo de consumo (excluindo dejetos industriais e empresariais). Não fossem os catadores, tudo acabaria em aterros sanitários e lixões.
Não é para menos, a população brasileira gera diariamente cerca de 126 mil toneladas de lixo de consumo (excluindo dejetos industriais e empresariais). Não fossem os catadores, tudo acabaria em aterros sanitários e lixões.
A profissão, no entanto, é desgastante e insalubre. A maioria dos catadores perambula 30 quilômetros por dia em média, puxando até 400 quilos, em busca de materiais que, muitas vezes, só são encontrados dentro de sacos de lixo. Tudo isso para ganhar de um a dois salários mínimos por mês.
Apesar disso, as cooperativas são verdadeiros centros de reabilitação social e promoção de cidadania, por possibilitam a geração de renda para uma parcela da população socialmente excluída e sem instrução. Cumprem um importante papel de desenvolvimento sustentável da sociedade brasileira.
Apesar disso, as cooperativas são verdadeiros centros de reabilitação social e promoção de cidadania, por possibilitam a geração de renda para uma parcela da população socialmente excluída e sem instrução. Cumprem um importante papel de desenvolvimento sustentável da sociedade brasileira.
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